Aumento da confiabilidade operacional de bombas críticas de alta pressão



Contexto

As Plantas de Ureia utilizam bombas centrífugas multiestágios para fazer a circulação de carbamato no reator de produção de ureia, com pressão na ordem de 250 kg/cm2g. Além das altas pressões envolvidas, as bombas têm que resistir às ações do carbamato, que é um produto extremamente abrasivo e corrosivo. Mesmo tendo redundância, esse sistema de bombeio é crítico para a confiabilidade operacional da unidade.

 

As bombas de uma das unidades de ureia da Petrobras apresentavam, historicamente, uma confiabilidade muito baixa com ocorrências frequentes de falhas de selos mecânicos e de internos, como anéis de desgaste de impelidores, difusores e eixo.

 

Características técnicas das bombas:

  • Tipo: Centrífuga com 8 estágios – Tipo API: BB4
  • Produto bombeado:  Solução de Carbamato de Ureia (densidade: 1,15)
  • Temperatura de sucção:  100 oC
  • Pressão de sucção:  24 kgf/cm2g
  • Pressão de descarga:  250 kgf/cm2g
  • Vazão normal:  40 m3/h
  • Vazão mínima:  25 m3/h
  • Rotação: 7400 rpm
  • Potência: 550 kW

 

O Tempo Médio Entre Falhas (MTBF) desses equipamentos era extremamente baixo, em média inferior a 6 meses. Em alguns períodos de paradas e partidas frequentes da planta, as falhas das bombas aconteciam em intervalos de poucos dias de operação.

 

Depois de inúmeras tentativas de solucionar o problema, a equipe de manutenção resolveu adquirir uma terceira bomba como sobressalente, visando reduzir o tempo para a manutenção. Além dos transtornos operacionais e redução da confiabilidade da planta, as falhas dessas bombas representavam um alto custo de manutenção, uma vez que as peças são importadas e constituídas de materiais especiais para resistir à corrosão e à abrasão. A título de contextualização, apenas o conjunto rotativo tem um custo FOB de cerca de US$ 350.000,00, com um prazo de entrega superior a 180 dias.

 

 

O que fizemos

Após uma análise criteriosa do histórico de intervenções, identificamos uma forte correlação entre a frequência de falha das bombas e a frequência de partida da unidade de ureia, indicando que a causa mais provável das falhas estava relacionada ao processo de partida das bombas. Com o acompanhamento de algumas partidas e várias reuniões técnicas entre as equipes de manutenção e de operação, ficou evidente que seria necessário alterações nos procedimentos de partidas das bombas e da unidade, pois a bomba que estava partindo operava durante horas com vazão inferior à mínima especificada, provocando instabilidade hidráulica com consequentes roçamentos internos, aumento de vibrações, etc.

 

Com as alterações nos procedimentos, as falhas mais dos internos cessaram por completo e as falhas nos selos passaram a acontecer em intervalos superiores a um ano, o que consideramos satisfatório para essa aplicação. Passados mais de 5 anos das alterações dos procedimentos de partida não houve ocorrência de falha que levasse à abertura de qualquer uma das bombas.

 

A redução tangível de custos de reparos, na ordem de US$ 800.000,00 a US$ 1.000.000,00 por ano, foi apenas um dos resultados obtidos. O aumento da confiabilidade operacional da unidade de ureia, com redução de eventuais perdas de produção, a enorme redução da quantidade de intervenções, com consequente redução do tempo de exposição ao risco das equipes de manutenção e de operação, bem como a grande redução de horas dedicadas pela Engenharia de Manutenção, são resultados impressionantes para uma solução que não envolveu custos, mas apenas uma análise criteriosa de engenharia.

 

 

Resultados alcançados

Aumento de Confiabilidade Operacional
Aumento de Disponibilidade Operacional
Redução de Custos de Manutenção
Aumento de Resultados Financeiros
Aumento da Segurança